“Tem que ser campeão,
Com força no coração,
Me dê agora a sua mão,
Ingenuamente a gente é criança”
O medo…ah, o medo! Quem é que nunca sentiu medo?
Às vezes ele funciona como um mecanismo de proteção, e isso é muito bom e importante. Mas ele pode funcionar também como um mecanismo de bloqueio, impedindo alguma ação.
A Bruna conheceu o medo desde muito pequena, talvez ainda na barriga da mãe…e, com muita intensidade, vivenciou essa emoção inúmeras vezes.
Ela tinha muito medo do escuro. À noite, a mãe costumava deixar a lâmpada do corredor acesa, até a filha dormir. Mas, afinal, porque a escuridão causava tanto medo na menina?
Na escuridão a menina sentia-se insegura, desprotegida, tinha uma sensação ruim, talvez um fantasma pudesse tocá-la. Algumas imagens surgiam no escuro: imagens da sua mente, imagens do medo. O escuro não tem uma cor definida, você já pensou sobre isso? Quando a menina fechava os olhos ela enxergava luzes, cores…a escuridão se movia. Por conta desse medo, a pequena custava para dormir, pois, para dormir, era preciso fechar os olhos, e ela não queria ter que olhar para dentro, para a escuridão…
Você tem medo do escuro? Por quê?
A menina também tinha medo de temporal. Quando chovia forte, a mãe ia para o quarto, acendia uma vela e sentava-se na cama com os filhos. Ali a Bruna rezava, pedindo a Deus para que a chuva, o vento e os raios passassem logo.
A mãe da Bruna enfrentou muitas tempestades. Ela contava sobre as vezes que estava na roça e não encontrava lugar para se proteger da chuva. Contava da casa que não tinha laje, onde, quando chovia, ficava debaixo da mesa protegendo-se das telhas que caíam. A Bruna ouvia atentamente às histórias e, ali, sentada na cama, a menina tinha medo da casa cair, dos animais morrerem, das plantas serem destruídas, do mundo acabar.
Você tem medo de chuva? Por quê?
Bem, a pequena também tinha medo da piscina, aliás, medo de cair na água e se afogar. Certo dia ela estava ali…ela sempre estava por ali, olhando o pai que trabalhava. Conversando com ele a Bruna se distraiu e caiu na água. Que susto! Ainda bem que essa piscina era bem pequena e rasa. O pai pegou a filha no colo e a levou para casa, onde a mãe trocou a sua roupa molhada.
Você tem medo de cair na piscina e se afogar? Por quê?
Outro medo da menina estava relacionado a cachorros bravos. Haviam muitos pela vizinhança. Toda vez que ia passear pelas redondezas, a Bruna já pegava uma varinha, um pedaço de pau, para poder enfrentá-los. Ela sempre estava acompanhada da mãe ou das irmãs mais velhas. Ela nunca foi mordida por um cachorro, mas lembra-se de quando o cachorro do pai, o Ruk, mordeu o filho da vizinha… A Bruna ficou muito assustada com esse acontecimento.
Você tem medo de cachorro bravo? Tem medo de ser atacado por algum animal? Por quê?
E, por fim, a menina tinha medo da morte. Ela tinha medo dos pais morrerem. Afinal, o que seria a morte? No velório, a pequena olhava as pessoas chorarem, sofrerem. A morte parecia ser algo muito difícil. A avó materna da Bruna faleceu quando sua mãe ainda era uma criança…que história triste! A menina sentia muito pelo sofrimento de sua mãe.
Você tem medo da morte? Por quê?
Enfim, esses eram alguns dos medos da Bruna. Mais tarde o medo se transformaria em pânico, o qual, com muito amor, foi transformado em coragem, aprendizados e grandes conquistas.
Qual será o destino do medo?
Aonde ele quer me levar?
Você esteve comigo,
Me fez chorar,
Me fez passar noites em claro.
Mas, olha bem: eu tenho uma Luz!
Uma luz forte e brilhante,
Que ilumina a minha mente e o meu ser,
E nada de mau poderá acontecer.
Qual será o destino do medo?
Sim, você pode me acompanhar,
Você pode ser meu amigo,
Você pode me proteger.
Mas lembre-se: eu tenho uma Luz!
E essa luz sempre me fará vencer.
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” – Bíblia, livro de Isaías, capítulo 41, verso 10.
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” – Bíblia, Salmos, capítulo 23, verso 4.
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